Danças, batuques e festejos sob o olhar dos memorialistas
Palavras-chave:
Mato Grosso, Festejos, Danças, Educação, Memorialistas.Resumo
O presente estudo visa apresentar e problematizar algumas manifestações culturais em forma de dança praticadas por segmentos sociais distintos. O propósito é destacar como essas expressões foram expoentes de um modelo de educação e de sociedade específicos. Os festejos promovidos por autoridades, no caso do período colonial e provincial, muitos dos quais relacionados a comemorações religiosas intercaladas com interesses político-administrativos, tinham nos governantes seus apoiadores. Eram bailes, orquestras, danças europeizadas e saraus. Entre os indígenas, os relatos de memorialistas ou documentos oficiais pouco tratam o assunto, todavia, aqui e ali escapam fragmentos de como se davam as danças e seus propósitos frente aos modelos de sociedade tão distintos dos ocidentais. Já no que diz respeito aos batuques, as proibições, as censuras e o estranhamento das elites não impediram que acontecessem na capitania e na província de Mato Grosso. Foram consultados relatos de memorialistas, anais de Vila Bela da Santíssima Trindade e na obra de Joaquim José Moutinho intitulada Notícias Sobre a Província de Mato Grosso, datada de 1869. O estudo conta com a perspectiva analítica de Clifford Geertz (2001) e João Pacheco Oliveira Filho (1999), pois, ao cotejar as fontes documentais percebe-se que não existiram culturas “puras” ou indiferentes umas às outras e que foram reacomodadas e ressignificadas ao sabor do tempo. As impressões de Moutinho, homem de seu tempo, revelam seu trânsito entre o local e o universo europeu, manifesto em seus escritos.
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