Aulas Régias em Mato Grosso: o discurso da historiografia regional (os historiadores diletantes)
Palavras-chave:
Educação, Mato Grosso, Aulas régias, Historiadores diletantes.Resumo
O presente trabalho tem por objeto as aulas régias em Mato Grosso. Buscando delimitá-lo, são perseguidos dois objetivos: 1) descrever o conteúdo das principais interpretações da historiografia regional acerca da implantação e do funcionamento das aulas régias em Mato Grosso, resumindo-se, por ora, aos escritos dos historiadores diletantes e 2) resumir as contribuições que ensejem uma reinterpretação da amplitude das reformas pombalinas da instrução pública no Brasil. Segundo a delimitação proposta, as fontes historiográficas regionais reúnem as obras de historiadores diletantes como Estevão de Mendonça, Virgílio Corrêa Filho, Humberto Marcílio, Gervásio Leite, Rubens de Mendonça e Carlos Francisco Moura. A crítica se embasa em fontes documentais e obras clássicas. A matriz teórica que serve à análise é a ciência da história, tal como a entende Marx em A ideologia alemã. Resumidamente, entre as conclusões básicas devem ser nomeadas as seguintes: 1) os estudiosos da região, quando não se atiram à recuperação de fontes documentais, se resumem a reiterar conclusões dos que os antecederam, algumas delas parciais e aligeiradas; 2) a historiografia regional demonstra que aulas régias de primeiras letras, de gramática latina, de retórica e de filosofia racional e moral pontuaram as três principais vilas coloniais da região: Cuiabá, Vila Bela e Diamantino e 3) as interpretações educacionais mais gerais sobre o Brasil ignoram os esforços realizados na Capitania de Mato Grosso, no que concerne à implantação de aulas régias, o que já revela as necessidades de um reexame geral dos resultados das reformas pombalinas da instrução pública no País e, como pré-requisito para realizá-lo, de instauração de investigações similares à presente, focadas sobre outras regiões excluídas das sistematizações histórico-educacionais.
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