Não se mata na mata: Rondon na literatura infanto-juvenil
Palavras-chave:
Literatura infanto-juvenil, Ana Maria Machado, Cândido Mariano da Silva Rondon, Lei 11.645/2008.Resumo
O artigo analisa o livro paradidático Não se mata na mata: Rondon na literatura infanto-juvenil, de Ana Maria Machado, publicado em 2008 pela editora Mercuryo Jovem. A partir desse procedimento metodológico, tem como objetivo apresentar um percurso para o conhecimento das ações desenvolvidas pelo militar e indigenista Cândido Mariano da Silva Rondon em prol dos povos indígenas. Necessário se faz despertar no alunado para o entendimento das políticas governamentais direcionadas aos povos indígenas, com o intuito de conhecer esse segmento da população brasileira. A proposta tem início com uma discussão sobre a necessidade de os governos e a sociedade civil elegerem heróis para homenageá-los em datas específicas. Nesse percurso, faz uso das discussões de Miceli (1988) e Bolognesi e Puntoni (2012) para o entender as razões pelas quais essas pessoas são levadas ao pedestal da história do Brasil. O segundo momento da discussão analisa o referido livro para, então, apontar práticas didático-pedagógicas mais efetivas na formação do leitor. Também fornece maiores reflexões acerca da aplicabilidade da Lei 11.645/08, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena no ensino fundamental e médio, em estabelecimentos públicos e privados. A discussão justifica-se à medida que, nos dias de hoje, ainda percebe-se que a temática indígena em sala de aula mostra-se pouco abordada, ocasionando um expressivo desconhecimento sobre a história dos povos indígenas que atualmente habitam o território brasileiro.
Downloads
Referências
BOLOGNESI, Luiz; PUNTONI, Pedro. Meus heróis não viraram estátua. São Paulo: Ática, 2012.
BRASIL. Decreto-lei Nº 5.540, de 2 de julho de 1943. Considera “Dia do Índio” a data de 19 de abril. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del5540.htm. Acesso em 10.07.2016.
BRASIL. Lei Nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em 10.07.2016.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
CIMI. Relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil”, dados de 2014. Disponível em: http://www.cimi.org.br/pub/Arquivos/Relat.pdf. Acesso em 01.10.2016.
COLLET, Célia; PALADINO, Mariana; RUSSO, Kelly. Quebrando preconceitos: subsídios para o ensino das culturas e histórias dos povos indígenas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria; Laced, 2014 (Traçados, 3).
FUNARI, Pedro Paulo; PIÑON, Ana. A temática indígena na escola: subsídios para os professores. São Paulo: Contexto, 2011.
GRUPIONI, Luís Donizete Benzi. As sociedades indígenas no Brasil através de uma exposição integrada. In: GRUPIONI, Luís Donizete Benzi (Org.). Índios no Brasil. Brasília: MEC, 1994, p. 13-28.
HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Tradução de T. T. da Silva e G. L. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.
IBGE. Brasil Indígena. Fundação Nacional do Índio; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf. Acesso em 14.10.2016.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 4ª ed. Tradução Bernardo Leitão et al. Campinas: Editora da Unicamp, 1996 (Coleção Repertórios).
MACHADO, Ana Maria. Não se mata na mata. Lembranças de Rondon. São Paulo: Mercúryo Jovem, 2008.
MICELI, Paulo. O mito do herói nacional. 4ª ed. São Paulo: Contexto (Repensando a História).
OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. Muita terra para pouco índio? Uma introdução (crítica) ao indigenismo e à atualização do preconceito. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luis Donizete Benzi. A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. São Paulo: MEC; MARI; UNESCO, 1995, p. 61-86.
PAGLIARO, Heloísa; AZEVEDO, Marta Maria; SANTOS, Ricardo Ventura. Demografia dos Povos Indígenas no Brasil: um panorama crítico. In: PAGLIARO, Heloísa; AZEVEDO, Marta Maria; SANTOS, Ricardo Ventura (Orgs.). Demografia dos povos indígenas no Brasil. [on line]. Rio de Janeiro: Editora Fio Cruz, 2005, p. 11-32. Disponível em: http://static.scielo.org/scielobooks/qdgqt/pdf/pagliaro-9788575412541.pdf. Acesso em 08.10.2016.
PLATÃO. Defesa de Sócrates. 2ª ed. Tradução de Jaime Bruna. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 3-27. (Os Pensadores).
SILVA, Aracy Lopes; GRUPIONI, Luís Donizete Benzi (Orgs.). A temática indígna na escola. Novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO, 1995.
SILVA, Edson; SILVA, Maria da Penha da (Orgs.). A temática indígena na sala de aula. Reflexões pra o ensino a partir da Lei 11.645/2008. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2013.
WITTMANN, Luisa Tombini (Org.). Ensino (d)e História Indígena. Belo Horizonte: Autêntica Editora (Coleção Práticas Docentes).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Anna Maria Ribeiro F. Moreira da Costa, Rosemar Eurico Coenga
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.